O envelhecimento é um desafio e, ao mesmo tempo, uma preocupação para a sociedade. Há um amplo conjunto de áreas contribuir para que as sociedades desenvolvidas tenham uma expectativa de vida média muito alta. A Engenharia desempenha um papel fundamental, fornecendo recursos como uma extensa rede de abastecimento de água potável, sistema de esgoto, disponibilidade de alimentos e qualidade de habitação, entre outros. Além disso, os avanços da medicina, como a introdução de antibióticos, anti-inflamatórios, vacinas e, mais recentemente, novos medicamentos, como os anticorpos monoclonais, e novas ferramentas para o tratamento do cancro, têm contribuído significativamente para este efeito.
Desta forma, é possível concluir que o aumento da esperança média de vida é o resultado de esforços conjuntos. Arriscaria mesmo a dizer que tem sido o principal foco de todas as áreas de conhecimento, sem exceção. No entanto, o aumento da expectativa de vida não garante, por si só, uma compreensão abrangente e uma melhoria no processo de envelhecimento. Embora tenhamos alcançado grandes conquistas nessa área, não vejo mudanças significativas no que diz respeito ao envelhecimento em si. As pessoas estão a viver mais, mas é necessário igualmente que haja uma melhor qualidade de vida nessa importante fase da mesma.
O envelhecimento é uma realidade que afeta todas as espécies, incluindo animais de estimação, como cães e gatos, que também têm desfrutado de maior longevidade. No entanto, também há deficiências na qualidade de vida durante as fases avançadas dessas espécies. Esse problema transversal possibilita a criação de um grupo internacional em expansão que contribuirá com respostas e, ao mesmo tempo, gerará novas questões, impulsionando o progresso do conhecimento nessa área.
Com base na minha experiência como médico veterinário, desenvolvi a opinião de que as gatas são muito produtivas e conseguem ser mães até idades mais avançadas em comparação com as cadelas. Essa observação levou-me a discutir o assunto com colegas interessados no tema e temos formulado hipóteses sobre esta questão-problema.
Dessa forma, levando em consideração que, de maneira geral, a expectativa de vida está a aumentar, enquanto a capacidade reprodutiva do sexo feminino se mantém, criou-se a necessidade de perceber se algo se pode fazer para contribuir que a capacidade reprodutiva se estenda, de referir ainda que aumentar esta limitação é mais do que poder ter filhos até mais tarde, pois a saúde geral do género feminino muito beneficia de um trato reprodutivo apto. Surge então a ideia de estudarmos várias espécies e em diferentes idades para perceber essas diferenças, e podermos conhecer os modelos mais eficientes.
Assim, apresentamos o workshop: Envelhecimento transversal a todos e a todas as espécies, que se realizará no dia 07 de junho no Hospital de Referência Veterinária Montenegro, pelas 16:45h.
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